quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Castanheira e as castanhas




A castanheira pertence à família Fagaceae. O gênero Castanea apresenta sete espécies das quais destacam-se Castanea sativa Miller, Castanea crenata Siebold & Zucc., Castanea molissima Blume e Castanea dentata (Marsh.) Borkh. Tais espécies receberam denominações de acordo com o local de origem e são conhecidas, respectivamente, por castanha portuguesa (Portugal), castanha japonesa (Japão e Coréia do Sul), castanha chinesa (China) e castanha americana (América do Norte).
O fruto da castanheira é uma cápsula deiscente , sendo formada, em média, por três sementes comestíveis, as castanhas, de cor creme, que podem ser monoembriônicas (somente um embrião) ou poliembriônicas (dois ou mais embriões). Essas são revestidas por uma membrana adstringente de cor castanha, que varia da espessura de papel a um tecido lenhoso relativamente grosso. Algumas espécies e cultivares apresentam essa membrana fortemente aderida às frutas, o que dificulta a sua retirada.
As castanhas são envolvidas por uma casca coberta por espinhos, medindo de 2,5 a 7,5 cm de diâmetro, de cor variando do amarelo-ouro ao preto, conforme a espécie ou cultivar, daí o nome de “ouriço” dado ao fruto. Quando o fruto amadurece, na maioria das cultivares o ouriço cai e se abre no chão, expondo as castanhas , mas em algumas cultivares, essas não se soltam sozinhas, demandando certo cuidado na sua manipulação. Em alguns casos as castanhas se soltam dos ouriços que se mantêm presos no galho. 

Castanea crenata
A castanha japonesa é nativa do Japão e Coréia do Sul, onde cresce em uma árvore densa e atinge uma altura de cerca de 15 m. A planta é muito resistente a doenças mais conhecidas. Essa espécie é mais adaptada as condições mais úmidas, invernos menos frios e verões quentes, produz castanhas grandes, por volta de 40 g, mas o sabor é considerado inferior a outras espécies. Entretanto, observações de produtores e de dados de pesquisa demonstram que, sob algumas condições, ocorre melhoria no sabor das castanhas.

Castanea dentata
A castanha americana é nativa das florestas da Appalachian, na parte oriental dos Estados  Unidos. As árvores possuem tronco tipo colunar, atingindo alturas de até 40 m, com diâmetros de 90 a 150 cm. As castanhas são pequenas, por volta de 5 g, cerca de 77 castanhas/kg, mas de excelente sabor e apresenta facilidade na remoção da película e são cobertas com cerdas grossas e claras. Há relatos sobre a superioridade e versalidade de sua madeira em relação a outras espécies. A castanheira americana foi praticamente eliminada no início de 1.900 pelo cancro do castanheiro, causada por um fungo originalmente chamado Endothia parasitica mas renomeado Cryphonectria, doença provavelmente vinda da Ásia e que varreu as florestas, causando um dos piores desastres ecológicos do país.

Castanea mollissima
A castanha chinesa é a menor árvore de todas as espécies, crescendo a cerca de 12 m de altura. É nativa do norte e oeste da China. Pode estar sendo cultivada há 6.000 anos.
As castanhas são geralmente de tamanho médio e de boa qualidade. As plantas são as mais resistentes ao cancro do castanheiro. As castanhas são médias a grandes, com cerca de 66 castanhas/kg. Existem algumas cultivares excepcionalmente grandes, com 40 g, mas não é comum. O rendimento médio é de 6,7 t/ha, com até 12,3 t/ha em cultivos adensados (3 m por 1,8 m).

Castanea sativa

 A castanha europeia é nativa das montanhas temperadas do oeste da Ásia, Europa e norte da África. Como as americanas, são frágeis em relação a doenças. As árvores são de grande porte, tendo árvores com até 20 m de altura. As castanhas são muito maiores do que as espécies norte-americanas e a película é removida facilmente. A qualidade é bastante variável, dependendo da cultivar. No mediterrâneo é cultivada a 3.000 anos.

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